LCAC: Estudo sobre água como matriz composicional no séc. XX.
Composição Coreográfica: Deborah Dodd
Música: Gabriel Ferrez
Coreografias editadas no estudo videográfico:
- Water Studies de Isadora Duncan, dançado por Isadora Duncan Repertory Dance Company.
- Water Study de Doris Humphrey, dançado por Momenta Performing Arts Company Center.
- Water Motor de Trisha Brown, dançado por ela.
- Raft Piece, dançado por Trisha Brown Dance Company.
Este exercício de dansintersemiotização acompanha a minha resenha sobre o modernismo e o pós modernismo na dança. Ambos são estudos desenvolvidos no componente Laboratório de Criação em Artes Cênicas, ministrado pela professora Soraia Maria Silva, UNB.
Na dança presente, passado e futuro se encontram em tempos espiralados. O movimento dançado estabelece uma relação contemporânea com todos esses tempos. Desta forma, quando uma obra coreográfica feita há cem anos é dançada, reciclada ou revisitada pela memória, por vezes cinestésica, dos dançarinos artistas e/ou pesquisadores, ela adquire a contemporaneidade do corpo dançante que a vivencia no aqui e no agora. Foi o que fiz com as coreografias 'Water Studies' de Isadora Duncan, dançado pela Isadora Ducan Dance Company; 'Water Motor' e 'Raft Piece' de Trisha Brown e 'Water Studies' de Doris Humphrey como parte do estudo para a resenha escrita que acompanha esse vídeo. Se na dança o tempo é uma experiência corpórea, porque estudar sua história não seria também?
Escolhi estas obras para mergulhar nos ‘ismos’ da dança pois todas elas lidam com o mesmo tema, a água.
As imagens desses estudos coreográficos fluidos, se propagam como círculos de ondas em um lago. De Isadora, que desenha corpos d’água no espaço cênico; enquanto Trisha Brown é dançada por um turbilhão fluido; passando por Humphrey, que corporifica o som das ondas em suas dançarinas - moléculas d’agua que se dissolvem numa dinâmica oceânica; até chegar na composição imersiva e contemplativa de Raft Piece, de Trisha Browm em que a dança flui e flutua entre os corpos das dançarinas e da água.
Ao dançar com elas, novos olhares sobre as viradas vanguardistas da arte no século XX exigem ajustes, engendram novas estéticas e performatividades, assim como permitem novas compreensões. Uma tentativa de falar sobre esses movimentos no aqui e no agora. Um mergulho corpo ambiente em tempos de distanciamento sanitário.
Brasília, 9/12/2020


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